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quinta-feira, 8 de abril de 2010

CANTO DA ALMA QUE GOZA POR CONHECER A DEUS PELA FÉ



POEMA DE SÃO JOÃO DA CRUZ



Que sei bem eu a fonte que mana e corre

mesmo de noite.

Aquela eterna fonte está escondida,

mas eu bem sei onde tem sua guarida,

mesmo de noite.

Sua origem não a sei, pois não a tem,

mas sei que toda a origem dela vem,

mesmo de noite.



Sei que não pode haver coisa tão bela,

e que os céus e a terra bebem dela,

mesmo de noite.

Eu sei que nela o fundo não se pode achar,

e que ninguém pode nela a vau passar,

mesmo de noite.

Sua claridade nunca é obscurecida,

e sei que toda luz dela é nascida,

mesmo de noite.



Sei que tão cautelosas são suas correntes,

que céus e infernos regam, e as gentes,

mesmo de noite.

A corrente que desta vem

é forte e poderosa, eu o sei bem,

mesmo de noite.

A corrente que destas duas procede,

sei que nenhuma delas procede,

mesmo de noite.



Aquela eterna fonte está escondida,

neste pão vivo para dar-nos vida,

mesmo de noite.

De lá está chamando as criaturas,

que nela se saciam às escuras,

porque é de noite.

Aquela viva fonte que desejo,

neste pão de vida já a vejo,

mesmo de noite

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