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sábado, 11 de fevereiro de 2012

O EVANGELHO É NOTÍCIA



O Evangelho é Notícia
Janeiro de 2012
Missão: Evangelho e libertação do mal
IV Domingo do Tempo Comum
Ano B – 29.01.2012
Deuteronómio 18,15-20Salmo 94
1Coríntios 7,32-35
Marcos 1,21-28
Reflexões
«Deus é médico e é também medicamento!», dizia justamente o santo capuchinho Leopoldo Mandic (1866-1942) aos seus penitentes no confessionário de Santa Cruz em Pádua. Palavras em total sintonia com o trecho evangélico de hoje. Desde o início do seu Evangelho, Marcos apresenta Jesus como uma figura extraordinária em palavras e gestos: um mestre que provoca admiração, porque ensina com autoridade moral (v. 22), isto é, com eficácia; um taumaturgo que com um simples gesto e uma ordem («cala-te, sai») expulsa de um homem um espírito impuro (v. 25-26). Temor, surpresa, fama, admiração, mas também muitas esperanças, são os sentimentos que aquele novo Rabi misterioso, convincente e poderoso, suscita no coração de todos «imediatamente por toda a parte» (v. 28). Dessa forma, toma corpo em Jesus aquele profeta ideal que Deus tinha prometido ao seu povo por meio de Moisés (I leitura). Em poucas linhas, Marcos lança as bases para que o catecúmeno – e hoje o cristão – possa fazer um progressivo caminho à descoberta de Cristo, um itinerário de escuta e de procura, caminhando da obscuridade para a luz, para a Páscoa e a missão.
O episódio do homem possesso por um espírito impuro, que grita e se contorce, induz a algumas reflexões sobre a existência dos espíritos do mal que, em formas múltiplas e dramáticas, atormentam as pessoas no corpo, na psique e no espírito. É sabido que algumas manifestações atribuídas ao diabo, eram, e são ainda hoje, simplesmente doenças, mesmo se pouco conhecidas. Este facto porém não deve justificar as dúvidas sobre a existência do espírito maligno ou sobre a acção negativa que tal espírito tem sobre as pessoas. Negá-lo seria ingenuidade, que serviria apenas para favorecer a expansão do mal no mundo. Os Evangelhos apresentam-nos numerosos milagres de Cristo sobre pessoas que eram vítimas de males estranhos de natureza psicossomática. A acção sanativa de Jesus abarca a pessoa de modo integral: Ele cura, simultaneamente, o corpo, a psique e a alma.
Para fazer frente ao mal, ao destino e às forças negativas em geral, todos os povos fizeram recurso a meios como o espiritismo, a adivinhação, o ocultismo, confiando-se a magos, bruxos, astrólogos, feiticeiros, videntes, adivinhos, horóscopos, etc… Deus tinha já proibido estas práticas ao seu povo (Dt 18,10-11). Porque se trata, demasiadas vezes, de um obscuro mundo de fraudes, que explora – em troca de chorudas compensações económicas – os receios, a ingenuidade, a credulidade das pessoas, a ignorância sobre Deus, gerando falsas consolações, seguidas rapidamente por frustrações e desespero. Segundo a experiência comum dos missionários que operam em várias partes do mundo, medos e enganos são sinais típicos de paganismo. Mas são realidades que continuam a serpentear entre os cristãos, quando estes não estão totalmente convertidos interiormente: quando não aprenderam, por um lado, a aceitar alguns limites conaturais à vida humana e, por outro, a confiar na orientação amorosa e providente do Pai da Vida. Frequentemente alguns resíduos de paganismo continuam a conviver em pessoas crentes, por vezes também em pessoas de vida consagrada.
O caminho de conversão é necessário para todos e dura toda a vida, porque cada pessoa humana nasce pagã, isto é, não cristã. Uma pessoa não nasce cristã: torna-se cristã. O caminho de conversão recomeça com cada pessoa que nasce: de facto, o Baptismo não é senão o início de um processo de crescimento espiritual. A conversão cristã consiste na progressiva libertação dos medos, dos ídolos e das múltiplas formas de falsidade. Expondo-se sem véus à verdade do Evangelho, cada pessoa faz experiência e dá testemunho da liberdade interior que brota da adesão a Cristo. Os santos são pessoas que, com a graça divina, atingiram um maior grau de libertação das formas de paganismo. De facto, a adesão a Cristo gera liberdade, porque só Ele é a verdade que torna livres (Jo 8,32; 14,6). Porque Jesus, com o seu sofrimento ajuda-nos a dar sentido ao nosso sofrimento e a enfrentar as provações com serenidade. (*)
A pregação evangelizadora, embora sempre benévola e compreensiva para com as pessoas que erram ou são doentes, deve ser vigorosa e acutilante contra o mal. O facto que o endemoninhado do Evangelho, esteja primeiro tranquilo na sinagoga e, depois do ensinamento autorizado de Jesus, comece a rebelar-se e a gritar contra Ele (v. 22-24), convida a reflectir sobre a força e autenticidade da nossa pregação. Esta não pode ser indulgente ou branda para com o mal, por medo de incomodar, mas deve sacudir as consciências, estimular as pessoas a uma mudança de vida e indicar o caminho que conduz ao encontro verdadeiro com Deus e com os irmãos, na comunidade dos crentes em Cristo. Só assim o anúncio missionário do Evangelho de Jesus exerce o seu poder libertador e salvador: expulsa os demónios, cura as feridas, renova e transforma as pessoas desde dentro.
Palavra do Papa
(*) «Jesus sofre e morre na cruz por amor. Desse modo, vendo bem, deu sentido ao nosso sofrimento, um sentido que muitos homens e mulheres em cada época compreenderam e assumiram, experimentando serenidade profunda mesmo na amargura de duras provas físicas e morais… Tenhamos a certeza: nenhuma lágrima, nem de quem sofre, nem de quem lhe está próximo, se perde diante de Deus».
Bento XVI
Angelus dominical, 1 de Fevereiro de 2012
No encalço dos Missionários
- 29/1: Jornada Mundial dos Doentes de Lepra, fundada por Raoul Follereau em 1954. Tema para a 59ª Jornada 2012: «Faz da tua vida algo que valha».
- 29/1: S. José Freinademetz (1852-1908), da Sociedade do Verbo Divino.
- 30/1: Memória de Mohandas Karamchand Gandhi, conhecido como «Mahatma» (alma grande) da Índia (1869-1948), líder da «não-violência-activa», assassinado em Deli.
- 31/1: S. João Bosco (1815-1888), fundador da família Salesiana; enviou os primeiros missionários salesianos para a Argentina.
- 31/1: B. Candelária de S. José (Susanna Paz-Castillo Ramírez). Nasceu e viveu na Venezuela (1863-1940) e fundou uma congregação ao serviço dos doentes e necessitados.
- 1/2: B. Luís Variara (1875-1923), missionário salesiano italiano, que viveu entre os leprosos e morreu em Cúcuta (Colômbia).
- 2/2: Apresentação do Senhor Jesus, proclamado como «salvação oferecida a todos os povos, luz para se revelar às nações» (Lc 2, 31-32). – Dia da Vida Consagrada.
- 2/2: S. João Teofano Vénard (1829-1861), sacerdote da Sociedade para as Missões Estrangeiras de Paris, mártir em Hanoi (Vietname). As suas cartas inspiraram também Santa Teresa de Lisieux no amor e dedicação às missões.
- 3/2: B. Maria Helena Stollenwerk (†1900): juntamente com S. Arnoldo Janssen (15/1) e a B. Josefa Stenmanns (20/5) fundou em Steyl (Holanda) as Missionárias Servas do Espírito Santo.
- 4/2: S. João de Brito (1647-1693), missionário jesuíta português, conseguiu muitas conversões e morreu mártir na Índia.
- 4/2: Em 1974 foi aprovada no Haiti a primeira lei que abolia a escravatura na América Latina/Caraíbas.
Colaboração e agradecimentos
Coordenação: P. Romeo Ballan - Missionários Combonianos (Verona)
Sítio Web: «Palavra para a Missão»

ENVIADO POR MAURO

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

DIA MUNDIALDO DOENTE 2012


domingo, 18 de dezembro de 2011

IV DOMINGO DO ADVENTO-ANO B




ANO B

4º DOMINGO DO ADVENTO


Tema do 4º Domingo do Advento

A liturgia deste último Domingo do Advento refere-se repetidamente ao projecto de vida plena e de salvação definitiva que Deus tem para oferecer aos homens. Esse projecto, anunciado já no Antigo Testamento, torna-se uma realidade concreta, tangível e plena com a Incarnação de Jesus.
A primeira leitura apresenta a “promessa” de Deus a David. Deus anuncia, pela boca do profeta Natã, que nunca abandonará o seu Povo nem desistirá de o conduzir ao encontro da felicidade e da realização plenas. A “promessa” de Deus irá concretizar-se num “filho” de David, através do qual Deus oferecerá ao seu Povo a estabilidade, a segurança, a paz, a abundância, a fecundidade, a felicidade sem fim.
A segunda leitura chama a esse projecto de salvação, preparado por Deus desde sempre, o “mistério”; e, sobretudo, garante que esse projecto se manifestou, em Jesus, a todos os povos, a fim de que a humanidade inteira integre a família de Deus.
O Evangelho refere-se ao momento em que Jesus encarna na história dos homens, a fim de lhes trazer a salvação e a vida definitivas. Mostra como a concretização do projecto de Deus só é possível quando os homens e as mulheres que Ele chama aceitam dizer “sim” ao projecto de Deus, acolher Jesus e apresentá-l’O ao mundo.


LEITURA I – 2 Sam 7,1-5.8b-12.14a.16

Leitura do Segundo Livro de Samuel

Quando David já morava em sua casa
e o Senhor lhe deu tréguas de todos os inimigos que o rodeavam,
o rei disse ao profeta Natã:
«Como vês, eu moro numa casa de cedro,
e a arca de Deus está debaixo de uma tenda».
Natã respondeu ao rei:
«Faz o que te pede o teu coração,
porque o Senhor está contigo».
Nessa mesma noite, o Senhor falou a Natã, dizendo:
«Vai dizer ao meu servo David: Assim fala o Senhor:
Pensas edificar um palácio para Eu habitar?
Tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos,
para seres o chefe do meu povo de Israel.
Estive contigo em toda a parte por onde andaste
e exterminei diante de ti todos os teus inimigos.
Dar-te-ei um nome tão ilustre
como o nome dos grandes da terra.
Prepararei um lugar para o meu povo de Israel:
e nele o instalarei para que habite nesse lugar,
sem que jamais tenha receio
e sem que os perversos tornem a oprimi-lo como outrora,
quando Eu constituía juízes no meu povo de Israel.
Farei que vivas seguro de todos os teus inimigos.
O Senhor anuncia que te vai fazer uma casa.
Quando chegares ao termo dos teus dias
e fores repousar com teus pais
estabelecerei em teu lugar um descendente que há-de nascer de ti
e consolidarei a tua realeza.
Ele construirá um palácio ao meu nome
e Eu consolidarei para sempre o teu trono real.
Serei para ele um pai e ele será para Mim um filho.
A tua casa e o teu reino permanecerão diante de Mim eternamente
e o teu trono será firme para sempre.

AMBIENTE

Os Livros de Samuel referem-se a um dos momentos mais importantes da história do Antigo Testamento: o momento da constituição de Israel como Povo, no sentido estrito e pleno da palavra. É durante a época a que os Livros de Samuel aludem que, pela primeira vez na sua história, as tribos do Norte (Israel) e do Sul (Judá) se reúnem em torno de um único rei (David) e em torno de uma capital comum (Jerusalém). Estamos nos finais do séc. XI e princípios do séc. X a.C..
David tornou-se rei de Judá (Sul) por volta de 1012 a.C.; alguns anos depois, foi convidado pelas tribos de Israel (Norte) para reinar sobre elas. David reuniu, portanto, sobre a sua cabeça as duas coroas – a de Israel (Norte) e a de Judá (Sul). Após a união, David teve de eleger uma capital para o seu reino. Foi preciso encontrar, para sede do novo reino, uma cidade geograficamente bem colocada e, sobretudo, uma cidade neutral, que não criasse tensões entre o norte e o sul, nem despertasse rivalidades mútuas entre as distintas tribos. Ora Jerusalém, a cidade inexpugnável dos jebuseus, oferecia as condições exigidas… David reuniu, portanto, um comando de profissionais, prescindindo intencionalmente do exército oficial de Israel e de Judá, a fim de que nenhum dos dois reinos reivindicasse o título de propriedade sobre a nova cidade. A cidade de Jerusalém foi conquistada aos jebuseus por volta do ano 1005 a.C. (cf. 2 Sm 5,6-12) e tornou-se, desde então, a “cidade de David”. Mais tarde, David fez transportar para Jerusalém a “Arca da Aliança” (o sinal visível da presença de Deus no meio do seu Povo), convertendo assim a nova capital do reino em cidade santa para todas as tribos (cf. 2 Sm 6,1-23).
Ora, uma vez em Jerusalém, a “Arca” pedia um Templo adequado para lhe dar abrigo. David pensou em construir esse Templo; mas o profeta Natã, inspirado por Jahwéh, segundo o teólogo deuteronomista, opôs-se. Encontramos aqui o eco de uma disputa que dividirá durante muito tempo o Povo de Deus… Para alguns ambientes proféticos, o Templo era uma ofensa a Deus, uma tentativa de encerrá-l’O, em vez de deixar-se guiar por Ele. Jahwéh é visto pelos teólogos do Povo de Deus como um Deus “nómada”, que acompanha o seu Povo pelos caminhos da vida e da história e que não tem um lugar fixo, limitado, fechado, para se encontrar com os homens.

MENSAGEM

Portanto, David não irá construir o Templo. Mas se David não pode dar “estabilidade” ao Senhor, este pode dar estabilidade a David e ao Povo de Deus. Jogando com o duplo significado da palavra hebraica “bait” (“casa”), que pode usar-se para definir a casa de pedra (“Templo”) e a casa real (“família”, “dinastia”), o teólogo deuteronomista explica que se David não vai construir uma “casa” (Templo) para Deus, Deus vai construir uma “casa” (família) para David (“o Senhor anuncia que te vai fazer uma casa” – vers. 11). Trata-se da “Aliança davídica”, que constitui a família de David como depositária das promessas divinas e garantia de um futuro de estabilidade, de segurança, de paz para o Povo de Deus.
Esta “Aliança” garante – quer a David, quer a todo o Povo de Deus – quatro elementos fundamentais… Em primeiro lugar, garante uma relação especial entre Jahwéh e a descendência de David, expressa em termos de filiação (“serei para ele um pai e ele será para mim um filho” – 2 Sm 7,14a); em segundo lugar, garante que, através dos reis descendentes de David, o próprio Jahwéh cuidará do seu Povo e o conduzirá pelos caminhos da vida e da história (cf. 2 Sm 7,8.12.16; em terceiro lugar, garante a prosperidade, a paz e a justiça para o Povo de Deus (cf. 2 Sm 7,10); em quarto lugar, garante a eternidade da dinastia e da nação (cf. 2 Sm 7,16). Trata-se de uma “promessa” que põe em relevo a fidelidade de Deus ao seu Povo, o seu amor nunca desmentido e mil vezes provado na história, a sua vontade de cuidar do seu Povo, de o libertar e de o conduzir ao encontro da salvação e da vida. Nesta “promessa”, Jahwéh revela-se como esse Deus peregrino, permanentemente a caminho com o seu Povo e que, ao longo dessa caminhada, se vai revelando como a rocha segura e firme na qual o Povo de Deus encontra a salvação.
A profecia de Natã constitui o ponto de partida do chamado “messianismo régio”: a promessa de Deus rapidamente extravasa o filho e sucessor de David (Salomão), para se dirigir a uma figura de rei “ideal”, que dará cumprimento a todas as aspirações e esperanças que o Povo depositava na dinastia davídica.
Esta “profecia/promessa” tornar-se-á, com o passar do tempo, um dos artigos fundamentais da fé de Israel. Sobretudo em épocas dramáticas de crise e de angústia nacional, a “Aliança davídica” será um “capital de esperança” que ajudará o Povo a enfrentar as vicissitudes da história. O Povo de Deus passará, então, a sonhar com um Messias, da descendência de David, que oferecerá ao Povo de Deus um futuro de liberdade, de abundância, de fecundidade, de paz e de bem-estar sem fim.

ACTUALIZAÇÃO

Considerar, na reflexão, os seguintes elementos:

• A questão fundamental que o nosso texto põe é a da atitude de Deus diante dos homens e do mundo. O catequista deuteronomista, autor deste texto, está seguro de que Jahwéh, o Senhor da história, se preocupa com o caminho que os homens percorrem e encontra sempre forma de derramar o seu amor e a sua bondade sobre o Povo que ele próprio elegeu. Numa época em que a cultura dominante parece apostada em decretar a “morte” de Deus ou, pelo menos, em torná-lo uma inofensiva figura de cera e em exilá-lo para o museu das experiências pré-racionais, é importante para nós crentes não esquecermos esta certeza que a Palavra de Deus nos deixa: o nosso Deus preside à história humana, vem continuamente ao encontro dos homens, faz com eles uma Aliança, oferece-lhes a paz e a justiça e aponta-lhes o caminho para a verdadeira vida, a verdadeira liberdade, a verdadeira salvação.

• Se é Deus quem conduz a história humana, não temos razão para temer o futuro do mundo. Os homens podem inventar a morte, a violência, a injustiça, a opressão, a exploração, os imperialismos; mas Deus saberá conduzir a história dos homens e do mundo a bom porto, de acordo com o seu projecto de amor e de salvação. Esta certeza deve levar-nos a encarar a história humana com optimismo, com esperança e com confiança, mesmo quando as forças da morte parecerem controlar a nossa história e dirigir as nossas vidas.

• É preciso, nestes dias que antecedem o Natal, ter consciência de que a promessa de Deus a David se concretiza em Jesus… Ele é esse “rei” da descendência de David que Deus enviou ao nosso encontro para nos apontar o caminho para o reino da justiça, da paz, do amor e da felicidade sem fim. Que acolhimento é que esse “rei” encontra no nosso coração e na nossa vida?

• Mais uma vez, a Palavra de Deus deixa claro que Deus intervém no mundo e concretiza os seus projectos de salvação através de homens a quem Ele confia determinada missão (“tirei-te das pastagens onde guardavas os rebanhos, para seres o chefe do meu povo de Israel”). Estou disponível para que Deus, através de mim, possa continuar a oferecer a salvação aos meus irmãos, particularmente aos pobres, aos humildes, aos marginalizados, aos excluídos do mundo?


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 88 (89)

Refrão 1: Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor.

Refrão 2: Senhor, cantarei eternamente a vossa bondade.

Cantarei eternamente as misericórdias do Senhor
e para sempre proclamarei a sua fidelidade.
Vós dissestes: «A bondade está estabelecida para sempre»,
no céu permanece firme a vossa fidelidade.

«Concluí uma aliança com o meu eleito,
fiz um juramento a David meu servo:
‘Conservarei a tua descendência para sempre,
estabelecerei o teu trono por todas as gerações’».

«Ele Me invocará: ‘Vós sois meu Pai,
meu Deus, meu Salvador’.
Assegurar-lhe-ei para sempre o meu favor,
a minha aliança com ele será irrevogável».


LEITURA II – Rom 16,25-27

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Romanos

Irmãos:
Àquele que tem o poder de vos confirmar,
segundo o meu Evangelho e a pregação de Jesus Cristo
– a revelação do mistério encoberto desde os tempos eternos
mas agora manifestado
e dado a conhecer a todos os povos
pelas escrituras dos Profetas
segundo a ordem do Deus eterno,
dado a conhecer a todos os gentios
para que eles obedeçam à fé –
a Deus, o único sábio,
por Jesus Cristo,
seja dada glória pelos séculos dos séculos. Amen.

AMBIENTE

No final da década de 50 (a Carta aos Romanos apareceu por volta de 57/58), multiplicavam-se as “crises” entre os cristãos oriundos do mundo judaico e os cristãos oriundos do mundo pagão. Uns e outros tinham perspectivas diferentes da salvação e da forma de viver o compromisso com Jesus Cristo e com o seu Evangelho. Os cristãos de origem judaica consideravam que, além da fé em Jesus Cristo, era necessário cumprir as obras da Lei (nomeadamente a prática da circuncisão) para ter acesso à salvação; mas os cristãos de origem pagã recusavam-se a aceitar a obrigatoriedade das práticas judaicas. Era uma questão “quente”, que ameaçava a unidade da Igreja. Este problema também era sentido pela comunidade cristã de Roma.
Neste cenário, Paulo vai mostrar a todos os crentes (a Carta aos Romanos, mais do que uma carta para a comunidade cristã de Roma, é uma carta para as comunidades cristãs, em geral) a unidade da revelação e da história da salvação: judeus e não judeus são, de igual forma, chamados por Deus à salvação; o essencial não é cumprir a Lei de Moisés – que nunca assegurou a ninguém a salvação; o essencial é acolher a oferta de salvação que Deus faz a todos, por Jesus Cristo.
O texto que nos é proposto apresenta-nos precisamente os últimos versículos da Carta aos Romanos. Trata-se de uma solene doxologia final que não parece, contudo, ser de Paulo (ainda que os conceitos sejam paulinos, a terminologia é diferente). Provavelmente, constituía o remate final do epistolário paulino, numa antiga edição do mesmo. De qualquer forma, trata-se de um texto maduramente reflectido e trabalhado, sem dúvida fruto de uma profunda reflexão teológica levada a cabo no seio da comunidade cristã. O seu autor foi, certamente, um cristão dos finais do século I ou dos princípios do séc. II. Profundo conhecedor da teologia paulina e absolutamente comprometido com a Igreja a que pertencia, este cristão procurou sintetizar nestes versículos toda a doutrina do apóstolo Paulo.

MENSAGEM

O conceito que preside a estes versículos é o conceito de “mistério” (mystêrion”). Na teologia paulina, o “mistério” refere-se ao plano de salvação que Deus tem para os homens e para o mundo. Mantido em segredo durante muitos séculos, o “mistério” foi plenamente manifestado em Cristo, nos seus gestos, nas suas palavras, sobretudo na sua morte e na sua ressurreição; revelado aos apóstolos e aos profetas pelo Espírito Santo, o “mistério” foi depois transmitido a todos os povos – nomeadamente aos pagãos – para fazer deles membros de um único corpo (“Corpo de Cristo”) e para associá-los à herança de Cristo (cf. 1 Cor 2,1.7; Ef 1,9;3,3-10;6,19; Col 1,26-27;2,2;4,3).
É por esse “mistério”, que reflecte o amor de Deus pelos homens, que o autor destes versículos pede que “seja dada glória pelos séculos dos séculos”… E a comunidade interpelada responde: “amen” (vers. 27).

ACTUALIZAÇÃO

Na reflexão, considerar as seguintes linhas:

• A segunda leitura reitera a mensagem fundamental da primeira: Deus tem um plano de salvação para oferecer aos homens. O facto de esse projecto existir “desde os tempos eternos” mostra que a preocupação e o amor de Deus pelos seus filhos não é um facto acidental ou uma moda passageira, mas algo que faz parte do ser de Deus e que está eternamente no projecto de Deus. Não esqueçamos isto: não somos seres abandonados à nossa sorte, perdidos e à deriva num universo sem fim; mas somos seres amados por Deus, pessoas únicas e irrepetíveis que Deus conduz com amor ao longo da caminhada pela história e para quem Deus tem um projecto eterno de vida plena, de felicidade total, de salvação. Tal constatação deve encher de alegria, de esperança e também de gratidão os nossos corações.

• A nossa leitura deixa ainda claro que esse projecto de salvação foi totalmente revelado em Jesus Cristo – no seu amor até ao extremo, nos seus gestos de bondade e de misericórdia, na sua atitude de doação e de serviço, no seu anúncio do Reino de Deus. Prepararmo-nos para o Natal significa preparar o nosso coração para acolher Jesus, para aceitar os seus valores, para compreender o seu jeito de viver, para aderir ao projecto de salvação que, através d’Ele, Deus Pai nos propõe.


ALELUIA – Lc 1,38

Aleluia. Aleluia.

Eis a escrava do Senhor:
faça-se em mim segundo a vossa palavra.


EVANGELHO – Lc 1,26-38

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas

Naquele tempo,
o Anjo Gabriel foi enviado por Deus
a uma cidade da Galileia chamada Nazaré,
a uma Virgem desposada com um homem chamado José.
O nome da Virgem era Maria.
Tendo entrado onde ela estava, disse o Anjo:
«Ave, cheia de graça, o Senhor está contigo;
bendita és tu entre as mulheres».
Ela ficou perturbada com estas palavras
e pensava que saudação seria aquela.
Disse-lhe o Anjo: «Não temas, Maria,
porque encontraste graça diante de Deus.
Conceberás e darás à luz um Filho,
a quem porás o nome de Jesus.
Ele será grande e chamar-Se-á Filho do Altíssimo.
O Senhor Deus Lhe dará o trono de seu pai David;
e o seu reinado não terá fim».
Maria disse ao Anjo:
«Como será isto, se eu não conheço homem?»
O Anjo respondeu-lhe:
«O Espírito Santo virá sobre ti
e a força do Altíssimo te cobrirá com a sua sombra.
Por isso o Santo que vai nascer será chamado Filho de Deus.
E a tua parenta Isabel concebeu também um filho na sua velhice
porque a Deus nada é impossível».
Maria disse então:
«Eis a escrava do Senhor;
faça-se em mim segundo a tua palavra».

AMBIENTE

O texto que nos é hoje proposto pertence ao “Evangelho da Infância” na versão de Lucas. De acordo com os biblistas actuais, os textos do “Evangelho da Infância” pertencem a um género literário especial, chamado homologese. Este género não pretende ser um relato jornalístico e histórico de acontecimentos; mas é, sobretudo, uma catequese destinada a proclamar certas realidades salvíficas (que Jesus é o Messias, que Ele vem de Deus, que Ele é o “Deus connosco”). Desenvolve-se em forma de narração e recorre às técnicas do midrash haggádico (uma técnica de leitura e de interpretação do texto sagrado usada pelos rabbis judeus da época de Jesus). A homologese utiliza e mistura tipologias (factos e pessoas do Antigo Testamento encontram a sua correspondência em factos e pessoas do Novo Testamento) e aparições apocalípticas (anjos, aparições, sonhos) para fazer avançar a narração e para explicitar determinada catequese sobre Jesus. O Evangelho que nos é hoje proposto deve ser entendido a esta luz: não interessa, pois, estar aqui à procura de factos históricos; interessa, sobretudo, perceber o que é que a catequese cristã primitiva nos ensina, através destas narrações, sobre Jesus.
A cena situa-nos numa aldeia da Galileia, chamada Nazaré. A Galileia, região a norte da Palestina, à volta do Lago de Tiberíades, era considerada pelos judeus uma terra longínqua e estranha, em permanente contacto com as populações pagãs e onde se praticava uma religião heterodoxa, influenciada pelos costumes e pelas tradições pagãs. Daí a convicção dos mestres judeus de Jerusalém de que “da Galileia não pode vir nada de bom”. Quanto a Nazaré, era uma aldeia pobre e ignorada, nunca nomeada na história religiosa judaica e, portanto (de acordo com a mentalidade judaica), completamente à margem dos caminhos de Deus e da salvação.
Maria, a jovem de Nazaré que está no centro deste episódio, era “uma virgem desposada com um homem chamado José”. O casamento hebraico considerava o compromisso matrimonial em duas etapas: havia uma primeira fase, na qual os noivos se prometiam um ao outro (os “esponsais”); só numa segunda fase surgia o compromisso definitivo (as cerimónias do matrimónio propriamente dito)… Entre os “esponsais” e o rito do matrimónio, passava um tempo mais ou menos longo, durante o qual qualquer uma das partes podia voltar atrás, ainda que sofrendo uma penalidade. Durante os “esponsais”, os noivos não viviam em comum; mas o compromisso que os dois assumiam tinha já um carácter estável, de tal forma que, se surgia um filho, este era considerado filho legítimo de ambos. A Lei de Moisés considerava a infidelidade da “prometida” como uma ofensa semelhante à infidelidade da esposa (cf. Dt 22,23-27)… E a união entre os dois “prometidos” só podia dissolver-se com a fórmula jurídica do divórcio. José e Maria estavam, portanto, na situação de “prometidos”: ainda não tinham celebrado o matrimónio, mas já tinham celebrado os “esponsais”.

MENSAGEM

Depois da apresentação do “ambiente” do quadro, Lucas apresenta o diálogo entre Maria e o anjo.
A conversa começa com a saudação do anjo. Na boca deste, são colocados termos e expressões com ressonância vétero-testamentária, ligados a contextos de eleição, de vocação e de missão. Assim, o termo “ave” (em grego, “kaire”) com que o anjo se dirige a Maria é mais do que uma saudação: é o eco dos anúncios de salvação à “filha de Sião” – uma figura fraca e delicada que personifica o Povo de Israel, em cuja fraqueza se apresenta e representa essa salvação oferecida por Deus e que Israel deve testemunhar diante dos outros povos (cf. 2 Re 19,21-28; Is 1,8;12,6; Jer 4,31; Sof 3,14-17). A expressão “cheia de graça” significa que Maria é objecto da predilecção e do amor de Deus. A outra expressão, “o Senhor está contigo”, é uma expressão que aparece com frequência ligada aos relatos de vocação no Antigo Testamento (cf. Ex 3,12 – vocação de Moisés; Jz 6,12 – vocação de Gedeão; Jer 1,8.19 – vocação de Jeremias) e que serve para assegurar ao “chamado” a assistência de Deus na missão que lhe é pedida. Estamos, portanto, diante do “relato de vocação” de Maria: a visita do anjo destina-se a apresentar à jovem de Nazaré uma proposta de Deus. Essa proposta vai exigir uma resposta clara de Maria.
Qual é, então, o papel proposto a Maria no projecto de Deus?
A Maria, Deus propõe que aceite ser a mãe de um “filho” especial… Desse “filho” diz-se, em primeiro lugar, que Ele se chamará “Jesus”. O nome significa “Deus salva”. Além disso, esse “filho” é apresentado pelo anjo como o “Filho do Altíssimo”, que herdará “o trono de seu pai David” e cujo reinado “não terá fim”. As palavras do anjo levam-nos a 2 Sm 7 e à promessa feita por Deus ao rei David através das palavras do profeta Natã. Esse “filho” é descrito nos mesmos termos em que a teologia de Israel descrevia o “Messias” libertador. O que é proposto a Maria é, pois, que ela aceite ser a mãe desse “Messias” que Israel esperava, o libertador enviado por Deus ao seu Povo para lhe oferecer a vida e a salvação definitivas.
Como é que Maria responde ao projecto de Deus?
A resposta de Maria começa com uma objecção… A objecção faz sempre parte dos relatos de vocação do Antigo Testamento (cf. Ex 3,11;6,30; Is 6,5; Jer 1,6). É uma reacção natural de um “chamado”, assustado com a perspectiva do compromisso com algo que o ultrapassa; mas é, sobretudo, uma forma de mostrar a grandeza e o poder de Deus que, apesar da fragilidade e das limitações dos “chamados”, faz deles instrumentos da sua salvação no meio dos homens e do mundo.
Diante da “objecção”, o anjo garante a Maria que o Espírito Santo virá sobre ela e a cobrirá com a sua sombra. Este Espírito é o mesmo que foi derramado sobre os juizes (Oteniel – cf. Jz 3,10; Gedeão – cf. Jz 6,34; Jefté – cf. Jz 11,29; Sansão – cf. Jz 14,6), sobre os reis (Saul – cf. 1 Sm 11,6; David – cf. 1 Sm 16,13), sobre os profetas (cf. Maria, a profetisa irmã de Aarão – cf. Ex 15,20; os anciãos de Israel – cf. Nm 11,25-26; Ezequiel – cf. Ez 2,1; 3,12; o Trito-Isaías – cf. Is 61,1), a fim de que eles pudessem ser uma presença eficaz da salvação de Deus no meio do mundo. A “sombra” ou “nuvem” leva-nos também à “coluna de nuvem” (cf. Ex 13,21) que acompanhava a caminhada do Povo de Deus em marcha pelo deserto, indicando o caminho para a Terra Prometida da liberdade e da vida nova. A questão é a seguinte: apesar da fragilidade de Maria, Deus vai, através dela, fazer-se presente no mundo para oferecer a salvação a todos os homens.
O relato termina com a resposta final de Maria: “eis a serva do Senhor; faça-se em mim segundo a tua palavra”. Afirmar-se como “serva” significa, mais do que humildade, reconhecer que se é um eleito de Deus e aceitar essa eleição, com tudo o que ela implica – pois, no Antigo Testamento, ser “servo do Senhor” é um título de glória, reservado àqueles que Deus escolheu, que Ele reservou para o seu serviço e que Ele enviou ao mundo com uma missão (essa designação aparece, por exemplo, no Deutero-Isaías – cf. Is 42,1;49,3;50,10;52,13;53,2.11 – em referência à figura enigmática do “servo de Jahwéh”). Desta forma, Maria reconhece que Deus a escolheu, aceita com disponibilidade essa escolha e manifesta a sua disposição de cumprir, com fidelidade, o projecto de Deus.

ACTUALIZAÇÃO

Para a reflexão e partilha, considerar os seguintes elementos:

• Também o Evangelho deste domingo (na linha das outras duas leituras) afirma, de forma clara e insofismável, que Deus ama os homens e tem um projecto de vida plena para lhes oferecer. Como é que esse Deus cheio de amor pelos seus filhos intervém na história humana e concretiza, dia a dia, essa oferta de salvação? A história de Maria de Nazaré (bem como a de tantos outros “chamados”) responde, de forma clara, a esta questão: é através de homens e mulheres atentos aos projectos de Deus e de coração disponível para o serviço dos irmãos, que Deus actua no mundo, que Ele manifesta aos homens o seu amor, que Ele convida cada pessoa a percorrer os caminhos da felicidade e da realização plena. Já pensámos que é através dos nossos gestos de amor, de partilha e de serviço que Deus Se torna presente no mundo e transforma o mundo?

• Neste domingo que precede o Natal de Jesus, a história de Maria mostra como é possível fazer Jesus nascer no mundo: através de um “sim” incondicional aos projectos de Deus. É preciso que, através dos nossos “sins” de cada instante, da nossa disponibilidade e entrega, Jesus possa vir ao mundo e oferecer aos nossos irmãos – particularmente aos pobres, aos humildes, aos infelizes, aos marginalizados – a salvação e a vida de Deus.

• Outra questão é a dos instrumentos de que Deus se serve para realizar os seus planos… Maria era uma jovem mulher de uma aldeia obscura dessa “Galileia dos pagãos” de onde não podia “vir nada de bom”. Não consta que tivesse uma significativa preparação intelectual, extraordinários conhecimentos teológicos, ou amigos poderosos nos círculos de poder e de influência da Palestina de então… Apesar disso, foi escolhida por Deus para desempenhar um papel primordial na etapa mais significativa na história da salvação. A história vocacional de Maria deixa claro que, na perspectiva de Deus, não são o poder, a riqueza, a importância ou a visibilidade social que determinam a capacidade para levar a cabo uma missão. Deus age através de homens e mulheres, independentemente das suas qualidades humanas. O que é decisivo é a disponibilidade e o amor com que se acolhem e testemunham as propostas de Deus.

• Diante dos apelos de Deus ao compromisso, qual deve ser a resposta do homem? É aí que somos colocados diante do exemplo de Maria… Confrontada com os planos de Deus, Maria responde com um “sim” total e incondicional. Naturalmente, ela tinha o seu programa de vida e os seus projectos pessoais; mas, diante do apelo de Deus, esses projectos pessoais passaram naturalmente e sem dramas a um plano secundário. Na atitude de Maria não há qualquer sinal de egoísmo, de comodismo, de orgulho, mas há uma entrega total nas mãos de Deus e um acolhimento radical dos caminhos de Deus. O testemunho de Maria é um testemunho questionante, que nos interpela fortemente… Que atitude assumimos diante dos projectos de Deus: acolhemo-los sem reservas, com amor e disponibilidade, numa atitude de entrega total a Deus, ou assumimos uma atitude egoísta de defesa intransigente dos nossos projectos pessoais e dos nossos interesses egoístas?

• É possível alguém entregar-se tão cegamente a Deus, sem reservas, sem medir os prós e os contras? Como é que se chega a esta confiança incondicional em Deus e nos seus projectos? Naturalmente, não se chega a esta confiança cega em Deus e nos seus planos sem uma vida de diálogo, de comunhão, de intimidade com Deus. Maria de Nazaré foi, certamente, uma mulher para quem Deus ocupava o primeiro lugar e era a prioridade fundamental. Maria de Nazaré foi, certamente, uma pessoa de oração e de fé, que fez a experiência do encontro com Deus e aprendeu a confiar totalmente n’Ele. No meio da agitação de todos os dias, encontro tempo e disponibilidade para ouvir Deus, para viver em comunhão com Ele, para tentar perceber os seus sinais nas indicações que Ele me dá dia a dia?


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 4º DOMINGO DO ADVENTO
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 4º Domingo do Advento, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

2. DURANTE A CELEBRAÇÃO.
- DAVID. Estamos habituados a viver o 4º Domingo do Advento, bem próximo do Natal, com Maria. E este ano, a grande narração da Anunciação (Evangelho) pode centrar a nossa atenção na preparação da liturgia… Mas talvez possamos entrar neste domingo com outra chave de leitura, perguntando se Deus sempre quis ter necessidade dos homens. De facto, segundo a primeira leitura, é Ele que finalmente fará uma casa para David; mas David e o profeta Natã são homens que Deus escolheu entre o seu povo para O ajudar na sua missão de salvação.
- MARIA. Esta escolha de Deus culmina em Maria, a humilde serva. Deus quer ter necessidade de uma mulher para trazer ao mundo o seu Filho bem-amado. Do mesmo modo que escolheu, desde sempre, homens para cumprir em seu nome missões particulares, Ele escolhe agora uma mulher para a missão suprema de trazer o corpo do seu Filho único. Este domingo celebra ao mesmo tempo a humildade de Deus e a humildade de Maria. Mais do que nunca, a sobriedade da liturgia deverá ser tida em conta. A narração da Anunciação é um dos relatos alegres do Evangelho… bem expressos pelos pintores ao longo dos tempos…
- E NÓS? Celebrar este domingo, meditar a importantíssima missão confiada a Maria e a resposta tão generosa que não hesitou em dar ao Senhor, convida-nos também a nos interrogarmos sobre a nossa própria missão: o que é que Deus, na nossa humilde medida, nos confia? Em quê, por quê, conta Ele com cada um de nós? Para que seja verdadeiramente Natal, dentro de alguns dias, na nossa terra, Ele tem sem dúvida necessidade dos discípulos do seu Filho… Professamos hoje a nossa fé num Deus que, diz São Paulo, tem o poder de nos confirmar (segunda leitura): acendendo a nossa quarta vela do Advento, que esta força seja verdadeiramente reavivada nos nossos corações.

3. PALAVRA DE VIDA.
Maria, humilde jovem de Nazaré, fervorosa crente judia, esperava a realização da promessa de Deus. Ela entra em diálogo com Deus, é a sua Anunciação. Deus, como sempre, toma a iniciativa: Ele vem, de improviso, ao encontro daquela que encheu de graças e com a qual Ele já está. Maria está perturbada porque Deus surpreende sempre. Deus tranquiliza-a, lembrando-lhe que é Ele que toma a iniciativa. Ele quer associar uma das suas criaturas ao seu projecto de salvação: o filho chamar-se-á “Jesus”, “Deus salva”. Maria interroga antes de dar a sua resposta: “Como será isso?” Ela procura esclarecer a sua fé. Deus responde-lhe, assegurando-lhe a sua presença pelo seu Espírito, e Ele dá-lhe um sinal, porque sabe que as suas criaturas precisam de sinais para crer: a sua prima conceberá na sua velhice. E Ele recorda-lhe que nada Lhe é impossível. Maria dá a sua resposta: a Palavra de Deus é segura, ela pode ter confiança. E esta Palavra torna-se carne na sua carne.

4. UM PONTO DE ATENÇÃO.
Fazer ressoar o Evangelho da Anunciação… A alguns dias do Natal, a Anunciação dá o verdadeiro sentido da festa: vamos celebrar o mistério da Incarnação do Filho de Deus. Portanto, o Evangelho deverá ter um lugar central. Aliás, a oração da colecta, a primeira leitura e a oração sobre as oferendas evocam também o mesmo mistério. O Evangeliário pode ser trazido em procissão com solenidade e apresentado à assembleia, acompanhado de um cântico. Uma possibilidade de acolher o Evangelho pela oração será introduzir a “Ave-Maria” durante o Evangelho: lê-se o Evangelho até “o Senhor está contigo”; a assembleia reza a primeira parte da “Ave-Maria”; o leitor continua a leitura do Evangelho até ao fim e a assembleia reza a segunda parte da “Ave-Maria”. A homilia/meditação ajudará os fiéis a descobrir o papel de Maria no mistério do Natal.

5. PARA A SEMANA QUE SE SEGUE…
Tomar uma decisão que comprometa… Maria ajuda-nos a dar o salto da fé, ela é o nosso modelo, mas ao mesmo tempo é nossa Mãe: podemos, pois, ter confiança e encontrar junto dela todo o reconforto de que precisamos! A alguns dias do Natal, com Maria, procuremos tomar uma decisão que comprometa a nossa fé, de encontrar um ritmo mais regular para a oração, de prever uma paragem espiritual (tempo de retiro, por breve que seja…) antes do Natal para fazer o ponto da situação da nossa vida com o Senhor.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

II DOMINGO DO ADVENTO-ANO B

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

NOSSA SENHORA DOS AFLITOS



Resumo Histórico das Aparições de Nossa Senhora Mãe dos Aflitos
Um sinal de amor pelo unidade da Igreja

Constitui em uma linda história do amor de Maria pela humanidade, A Virgem Santíssima, Mãe de nosso Deus ,apareceu pela primeira vez ao vidente P.S.J.C no dia 04 de junho de 1986 no sitio onde ele morava.

Ele nasceu no dia 04 de setembro de 1980.

Na primeira visita de Nossa Senhora ele tinha 6 anos de idade , seus pais eram lavradores e muito simples.

O primeiro contacto com Nossa Senhora ocorreu quando o vidente , ao fim da tarde do dia 04 de junho de 1986, brincava sob as sombras de uma árvore que tinha no sítio. Quando ele estava de joelhos cavando a terra para brincar, sentiu uma paz profunda e uma brisa que soprava em sua direção , que vinha acompanhada com um perfume de rosas muito intenso. Ao levantar - se para ver se alguém estava passando perto dele, para sua surpresa ele viu uma linda senhora que ele nunca tinha visto antes. O rosto era um dos mais belos já visto na terra, os olhos eram azuis como o céu e trazia um lindo rosário que brilhava em suas mãos. Então o vidente perguntou àquela senhora quem ela era e se ela queria falar com a sua avó , e Nossa Senhora disse essas primeiras palavras:

-Não! Deus por meio de Meu cálido coração, deseja falar ao teu coração.

Mas ele nada entendeu , levantou - se e foi correndo pra sua casa afim de chamar a sua avó, chegando a casa disse para ela que do lado de fora tinha uma senhora. Quando a avó do vidente saiu para ver quem era, não encontrou ninguém, e então ele levou uma pesada advertência pois achava que ele estava mentindo,

Dois dias se passaram e no dia 07 de junho ele sentiu um forte desejo de ir brincar naquele mesmo local e assim ele fez. Depois de algumas horas ele volta a sentir a brisa e o cheiro de rosas. Assim que ele sentiu levantou - se afim de correr mas ele sem esperar caiu fortemente de joelhos sobre o chão ficando completamente em êxtase.

E o seu olhar só fitava em uma só direção, e disse à senhora:” minha senhora não posso chamar a minha avó pois no dia que a senhora veio aqui eu foi chamar a minha avó e a senhora não esperou , e então eu levei uma advertência” e nossa senhora riu e disse:

-Não precisa de chamar a sua avó, como já falei. Deus, por meio de Meu cálido coração, deseja falar ao teu coração. Guarda contigo estas Minhas palavras, não será preciso revelar por enquanto mas tem a certeza que nunca estarás sozinho. Eu estarei sempre contigo…

- Qual è o seu nome senhora?

-Terás a oportunidade de saber quem Eu sou e de onde venho, volta a este lugar no dia 13 nesta mesma hora.

-Sim minha senhora.

Então a senhora desapareceu.

No dia treze daquele mesmo mês, o vidente ao chegar a hora marcada por Maria correu em direção ao local indicado por ela , afim de vê-la novamente.

Ele olhava em todas as direções , para ver se a Virgem estava chegando, pois ele não tinha percebido que ela vinha do céu. O sinal que Nossa Senhora dava era o cheiro de rosas e seu coração palpitava rapidamente de emoções. Neste dia o cheiro de rosas estava mais intenso do que nos outros e ele olhava em todas as direções e não vinha nada. Ao olhar para cima viu uma luz e dentro da luz a senhora que descia lentamente do céu na sua direção.

E novamente ele ficou de joelhos e em êxtase,

- Como é que a senhora desce do céu ?

- Minha criança, Deus promete por meio de Meu Coração a salvação de tua alma. Eu escolhi-te pois não tens sabedoria humana,serás sempre uma criançahumilde e obediente aos Meus pedidos.

Em uma outra aparição, do dia 07 de setembro Ela Apareceu e em Suas mãos trazia uma linda cruz que rebentava uma corrente que Ela pisava. Por cima dos braços da cruz descia uma pequena faixa como um estandarte e Ela segurava com a outra mão a ponta da faixa e na faixa tinha nove cruzinhas desenhadas de uma ponta à outra e em uma das pontas tinha dois cálices desenhados. Por cima do cálice estava escrito” venho consolar os aflitos”.

Na mensagem desse dia Ela disse:

-Sou Maria a Mãe de Jesus , não temas venho do céu para vos ajudar, sou a Mãe dos aflitos, desejo socorrer-vos em vossas aflições e auxiliar-vos nestes tempos tão confusos. Tambémvos peço oração pela paz do mundo e pela conversão dos pecadores….

A partir desse dia Nossa Senhora começou a aparecer várias vezes durante o dia deixando muitas mensagens para o mundo. Em uma de suas aparições a virgem disse ao vidente que ele tinha um papel a desempenhar, seria rezar e trabalhar pela unidade dos cristãos, e espalhar Seus desejos pelo mundo inteiro.

Dia 07 de Setembro dia de Nossa Senhora Mãe dos Aflitos

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

XXV DOMINGO DO TEMPO COMUM.ANO A




A liturgia do 25º Domingo do Tempo Comum convida-nos a descobrir um Deus cujos caminhos e cujos pensamentos estão acima dos caminhos e dos pensamentos dos homens, quanto o céu está acima da terra. Sugere-nos, em consequência, a renúncia aos esquemas do mundo e a conversão aos esquemas de Deus.
A primeira leitura pede aos crentes que voltem para Deus. “Voltar para Deus” é um movimento que exige uma transformação radical do homem, de forma a que os seus pensamentos e acções reflictam a lógica, as perspectivas e os valores de Deus.
O Evangelho diz-nos que Deus chama à salvação todos os homens, sem considerar a antiguidade na fé, os créditos, as qualidades ou os comportamentos anteriormente assumidos. A Deus interessa apenas a forma como se acolhe o seu convite. Pede-nos uma transformação da nossa mentalidade, de forma a que a nossa relação com Deus não seja marcada pelo interesse, mas pelo amor e pela gratuidade.
A segunda leitura apresenta-nos o exemplo de um cristão (Paulo) que abraçou, de forma exemplar, a lógica de Deus. Renunciou aos interesses pessoais e aos esquemas de egoísmo e de comodismo, e colocou no centro da sua existência Cristo, os seus valores, o seu projecto.


LEITURA I – Is 55,6-9

Leitura do Livro de Isaías

Procurai o Senhor, enquanto se pode encontrar,
invocai-O, enquanto está perto.
Deixe o ímpio o seu caminho
e o homem perverso os seus pensamentos.
Converta-se ao Senhor, que terá compaixão dele,
ao nosso Deus, que é generoso em perdoar.
Porque os meus pensamentos não são os vossos,
nem os vossos caminhos são os meus – oráculo do Senhor –.
Tanto quanto o céu está acima da terra,
assim os meus caminhos estão acima dos vossos
e acima dos vossos estão os meus pensamentos.

AMBIENTE

O Deutero-Isaías, autor deste texto, é um profeta anónimo da escola de Isaías, que cumpriu a sua missão profética entre os exilados da Babilónia, procurando consolar e manter acesa a esperança no meio de um povo amargurado, desiludido e decepcionado. Os capítulos que recolhem a sua mensagem (Is 40-55) chamam-se, por isso, “Livro da Consolação”.
Estes quatro versículos que a primeira leitura de hoje nos propõe aparecem no final do “Livro da Consolação”. Aproxima-se a libertação e, para muitos exilados, está perto o momento do regresso à Terra Prometida. Depois de exortar os exilados a cumprir um novo êxodo e de lhes garantir que, em Judá, vão sentar-se à mesa do banquete que Jahwéh quer oferecer ao seu Povo (cf. Is 55,1-3), o profeta lança-lhes agora um outro repto…
O tempo do Exílio foi um tempo de angústia e de sofrimento, mas também um tempo de amadurecimento e de graça. Aí, Israel tomou consciência das suas falhas e infidelidades, e descobriu que o viver longe de Deus não conduz à vida e à felicidade; por outro lado, o tempo de Exílio ajudou Israel a purificar a sua noção de Deus, da Aliança, do culto e até do significado de ser Povo de Deus.
O Deutero-Isaías – neste momento em que se abrem novos horizontes – convida os seus concidadãos a percorrerem esse caminho de conversão e de redescoberta de Deus que a experiência do Exílio lhes revelou. O Povo está prestes a pôr-se a caminho em direcção à Terra Prometida; esse “caminho” não é uma simples deslocação geográfica mas é, sobretudo, um “caminho” espiritual de reencontro com o Senhor. Deixar a terra da escravidão e voltar à terra da liberdade deve significar, para Israel, uma redescoberta dos esquemas de Deus e um esforço sério para viver na fidelidade dinâmica aos mandamentos de Jahwéh.

MENSAGEM

O apelo do profeta é, portanto, a um recomeço. Nesses novos caminhos que as vicissitudes da história vão abrir aos exilados, é preciso que este Israel renovado pela experiência do Exílio continue a procurar o Senhor, a invocá-l’O, a cultivar laços de comunhão e de proximidade com Ele.
Fundamentalmente, Israel é convidado a converter-se ou, literalmente, a “voltar (em hebraico: 'shûb') para Deus”. Essa “conversão” exige uma transformação radical do homem, quer em termos de mentalidade, quer em termos de comportamento (“deixe o ímpio o seu caminho e o homem perverso os seus pensamentos” – vers. 7).
A mentalidade, os valores, as atitudes dos “ímpio” e do “homem perverso”, estão muito longe da mentalidade, dos valores e dos esquemas de Deus. A vida do “ímpio” e do “homem perverso” funciona numa lógica de egoísmo, de orgulho, de auto-suficiência, de violência, de exploração; os esquemas do “ímpio” geram sofrimento, infelicidade, morte… Deus funciona numa lógica de amor, de serviço, de partilha, de doação; os esquemas de Deus geram alegria, paz verdadeira, vida definitiva.
Ao Povo de Deus, pede-se que prescinda da lógica do “ímpio” e do “homem perverso”, para abraçar a lógica de Deus; pede-se-lhe que não viva de olhos postos no chão, mas que olhe para o céu e contemple os horizontes de Deus; pede-se-lhe que seja capaz de confiar em Deus e de compreender o acerto dos seus caminhos. Só dessa forma o Povo poderá ser feliz nessa Terra a que vai regressar; só dessa forma Israel poderá continuar a ser fiel à sua missão de testemunhar Jahwéh no meio dos outros povos.
A conversão implica também (este aspecto está mais sugerido do que afirmado) uma mudança na forma de ver Deus. O homem tem sempre tendência a construir um deus à sua imagem, um deus previsível e domesticado que funcione de acordo com a lógica e a mentalidade do homem. No entanto, Deus não pode ser reduzido aos nossos esquemas humanos: os seus pensamentos não são os pensamentos do homem, as suas reacções não são as reacções do homem, os seus caminhos não são os caminhos do homem. “Converter-se” é, a este nível, aprender que Deus não é redutível às nossas lógicas e esquemas humanos; e é aprender que Deus tem os seus próprios caminhos, diferentes dos nossos… “Converter-se” é, a este nível, prescindir das nossas certezas, preconceitos e auto-suficiências, confiar em Deus e na bondade dos caminhos através dos quais ele conduz a história da salvação.

ACTUALIZAÇÃO

Considerar as seguintes questões:

• Antes de mais, o nosso texto apela à conversão. O “voltar para Deus” (como diz o Deutero-Isaías) significa, neste contexto, re-equacionar a vida, de modo a que Deus passe a estar no centro da existência do homem. É inflectir o sentido da existência, de forma a que Deus (e não o dinheiro, o poder, o sucesso, os amigos, a família) ocupe sempre, na vida do homem, o primeiro lugar. A cultura pós-moderna prescindiu de Deus… Considerou que o homem é o único senhor do seu destino e que cada pessoa tem o direito de construir a sua felicidade à margem de Deus e dos seus valores; considerou que os valores de Deus não permitem ao homem potencializar as suas capacidades e ser verdadeiramente livre e feliz… Na verdade, o que é que nos faz passar da terra da escravidão para a terra da liberdade: o amor, a partilha, o serviço, o dom da vida, ou o egoísmo, o orgulho, a arrogância, a auto-suficiência?

• No entanto, o homem só poderá converter-se a Deus e abraçar os seus esquemas e valores, se se mantiver em comunhão com Ele. É na escuta e na reflexão da Palavra de Deus, na oração frequente, na atitude de disponibilidade para acolher a vida de Deus, na entrega confiada nas mãos de Deus, que o crente descobrirá os valores de Deus e os assumirá. Aos poucos, a acção de Deus irá transformando a mentalidade desse crente, de forma a que ele viva e testemunhe Deus e as suas propostas para os homens.

• A conversão é um processo nunca acabado. Todos os dias o crente terá de optar entre os valores de Deus e os valores do mundo, entre conduzir a sua vida de acordo com a lógica de Deus ou de acordo com a lógica dos homens. Por isso, o verdadeiro crente nunca cruza os braços, instalado em certezas definitivas ou em conquistas absolutas, mas esforça-se por viver cada instante em fidelidade dinâmica a Deus e às suas propostas.

• Finalmente, o nosso texto sugere uma reflexão sobre a imagem que temos de Deus. Não podemos construir e testemunhar diante dos outros homens um Deus à nossa imagem, que funcione de acordo com os nossos esquemas mentais e que assuma comportamentos parecidos com os nossos. Temos de descobrir, no diálogo pessoal com Ele, esse Deus que nos transcende infinitamente. Sem preconceitos, sem certezas absolutas, temos de mergulhar no infinito de Deus, e deixarmo-nos surpreender pela sua lógica, pela sua bondade, pelo seu amor.


SALMO RESPONSORIAL – Salmo 144 (145)

Refrão: O Senhor está perto de quantos O invocam.

Quero bendizer-Vos, dia após dia,
e louvar o vosso nome para sempre.
Grande é o Senhor e digno de todo o louvor,
insondável é a sua grandeza.

O Senhor é clemente e compassivo,
paciente e cheio de bondade.
O Senhor é bom para com todos
e a sua misericórdia se estende a todas as criaturas.

O Senhor e justo em todos os seus caminhos
e perfeito em todas as suas obras.
O Senhor está perto de quantos O invocam,
de quantos O invocam em verdade.


LEITURA II – Filip 1,20c-24.27a

Leitura da Epístola do apóstolo São Paulo aos Filipenses

Irmãos:
Cristo será glorificado no meu corpo,
quer eu viva quer eu morra.
Porque, para mim, viver é Cristo e morrer é lucro.
Mas, se viver neste corpo mortal é útil para o meu trabalho,
não sei o que escolher.
Sinto-me constrangido por este dilema:
desejaria partir e estar com Cristo, que seria muito melhor;
mas é mais necessário para vós
que eu permaneça neste corpo mortal.
Procurai somente viver de maneira digna do Evangelho de Cristo.

AMBIENTE

Filipos, cidade situada ao norte da Grécia, foi a primeira cidade europeia evangelizada por Paulo. Era uma cidade próspera, com uma população constituída maioritariamente por veteranos romanos do exército. Organizada à maneira de Roma, estava fora da jurisdição dos governantes das províncias locais e dependia directamente do imperador. Gozava, por isso, dos mesmos privilégios das cidades de Itália.
A comunidade cristã, fundada por Paulo, Silas e Timóteo no Verão do ano 49, era uma comunidade entusiasta, generosa e comprometida, sempre atenta às necessidades de Paulo e do resto da Igreja (como no caso da colecta em favor da Igreja de Jerusalém – cf. 2 Cor 8,1-5). Paulo nutria pelos “filhos” de Filipos um afecto especial.
No momento em que escreve aos Filipenses, Paulo está na prisão (em Éfeso?). Dos Filipenses recebeu dinheiro e o envio de Epafrodito (um membro da comunidade), encarregado de ajudar Paulo em tudo o que fosse necessário. Enviando Epafrodito de volta a Filipos, Paulo confia-lhe uma carta para a comunidade. É uma carta afectuosa, onde Paulo agradece aos Filipenses a sua preocupação, a sua solicitude e o seu amor. Nela, Paulo agradece, dá notícias, informa a comunidade sobre a sua própria sorte e exorta os Filipenses à fidelidade ao Evangelho.
O texto que nos é hoje proposto faz parte de uma perícopa (cf. Flp 1,12-26), na qual Paulo fala aos Filipenses de si próprio, da sua situação, das suas preocupações e esperanças. Paulo está consciente de que corre riscos de vida; mas está sereno, alegre e confiante porque a única coisa que lhe interessa é Cristo e o seu Evangelho.

MENSAGEM

Quando escreve a carta aos Filipenses, Paulo continua preso. Não sabe se sairá da prisão vivo ou morto mas, para ele, isso não é importante; o que é importante é que Cristo seja engrandecido – seja através da vida, seja através da morte do apóstolo.
Para Paulo, Cristo é que é a autêntica vida. Ele é a razão de ser e de viver do apóstolo. Na perspectiva de Paulo, a morte seria bem vinda, não como libertação das dificuldades e das dores que se experimentam na vida terrena, mas como caminho directo para o encontro definitivo, imediato, sem intermediários, com Cristo. Paulo não se importaria nada de morrer a curto prazo, porque isso significaria a comunhão total com Cristo. Especialmente significativa, a este propósito, é a conhecida frase (que, aliás, está escrita no seu túmulo, em Roma): “para mim, viver é Cristo e morrer é lucro”.
No entanto, Paulo está consciente de que Deus pode ter outros planos e querer que ele continue – para benefício das comunidades cristãs – algum tempo mais na terra, a dar testemunho do Evangelho de Cristo. Paulo aceita isso: por Cristo, está disposto a tudo. Na verdade, não são os interesses de Paulo que contam, mas os interesses de Cristo.

ACTUALIZAÇÃO

A reflexão pode ter em conta as seguintes questões:

• Um dos elementos que mais impressionam e questionam neste testemunho é a centralidade de Cristo na vida de Paulo. Diante de Cristo, todos os interesses pessoais e materiais do apóstolo passam a um plano absolutamente secundário. O apóstolo vive de Cristo e para Cristo; nada mais lhe interessa. Paulo aparece, neste aspecto, como o perfeito modelo do cristão: para os baptizados, Cristo deveria ser o centro de todas as referências e interesses, a “pedra angular” à volta da qual se constrói a existência cristã. Que significa Cristo para mim? Ele é a referência fundamental à volta da qual tudo se articula, ou é apenas mais um entre muitos interesses a partir dos quais eu vou construindo a minha vida? Quando tenho de optar, para que lado cai a minha escolha: para o lado de Cristo, ou para o lado dos meus interesses pessoais?

• A mesma questão – a questão da centralidade de Cristo – pode colocar-se a propósito do testemunho que a Igreja oferece aos homens e ao mundo… É mais importante falar de Cristo e do seu Evangelho do que dos artigos do Código de Direito Canónico; é mais importante testemunhar Cristo e os seus valores do que discutir a estrutura hierárquica da Igreja; é mais importante anunciar Cristo e a sua proposta de Reino do que debater questões de organização e de disciplina… Cristo está, verdadeiramente, no centro desse anúncio que somos convidados a fazer aos homens do nosso tempo?

• Neste texto, impressiona também a liberdade total de Paulo face à morte. Essa liberdade resulta do facto de a fé que anima o apóstolo lhe permitir encarar a morte, não como o mais terrível e assustador de todos os males, mas como a possibilidade do encontro definitivo e pleno com Cristo. Dessa forma, Paulo pode entregar-se tranquilamente ao exercício do seu ministério, sem deixar que o medo trave o seu empenho e o seu testemunho. Também aqui a atitude de Paulo interpela e questiona os crentes… Para um cristão, a morte é o momento da realização plena, do encontro com a vida definitiva. Não é um drama sem sentido, sem remédio e sem esperança. Para um cristão, não faz sentido que o medo da perseguição ou da morte impeça o compromisso com os valores de Deus e com o compromisso profético diante do mundo.


ALELUIA – cf. Actos 16,14b

Aleluia. Aleluia.

Abri, Senhor, os nossos corações,
para aceitarmos a palavra do vosso Filho.


EVANGELHO – Mt 20,1-16a

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus

Naquele tempo,
disse Jesus aos seus discípulos a seguinte parábola:
«O reino dos Céus pode comparar-se a um proprietário,
que saiu muito cedo a contratar trabalhadores para a sua vinha.
Ajustou com eles um denário por dia
e mandou-os para a sua vinha.
Saiu a meio da manhã,
viu outros que estavam na praça ociosos e disse-lhes:
‘Ide vós também para a minha vinha
e dar-vos-ei o que for justo’.
E eles foram.
Voltou a sair, por volta do meio-dia e pelas três horas da tarde,
e fez o mesmo.
Saindo ao cair da tarde,
encontrou ainda outros que estavam parados e disse-lhes:
‘Porque ficais aqui todo o dia sem trabalhar?’
Eles responderam-lhe: ‘Ninguém nos contratou’.
Ele disse-lhes: ‘Ide vós também para a minha vinha’.
Ao anoitecer, o dono da vinha disse ao capataz:
«Chama os trabalhadores e paga-lhes o salário,
a começar pelos últimos e a acabar nos primeiros’.
Vieram os do entardecer e receberam um denário cada um.
Quando vieram os primeiros, julgaram que iam receber mais,
mas receberam também um denário cada um.
Depois de o terem recebido,
começaram a murmurar contra o proprietário, dizendo:
‘Estes últimos trabalharam só uma hora
e deste-lhes a mesma paga que a nós,
que suportámos o peso do dia e o calor’.
Mas o proprietário respondeu a um deles:
‘Amigo, em nada te prejudico.
Não foi um denário que ajustaste comigo?
Leva o que é teu e segue o teu caminho.
Eu quero dar a este último tanto como a ti.
Não me será permitido fazer o que eu quero do que é meu?
Ou serão maus os teus olhos porque eu sou bom?’
Assim, os últimos serão os primeiros
e os primeiros serão os últimos».

AMBIENTE

No texto que nos é proposto, Jesus continua a instruir os discípulos, a fim de que eles compreendam a realidade do Reino e, após a partida de Jesus, a testemunhem. Trata-se de mais uma “parábola do Reino”.
O quadro que a parábola nos apresenta reflecte bastante bem a realidade social e económica dos tempos de Jesus. A Galileia estava cheia de camponeses que, por causa da pressão fiscal ou de anos contínuos de más colheitas, tinham perdido as terras que pertenciam à sua família. Para sobreviver, esses camponeses sem terra alugavam a sua força de trabalho. Juntavam-se na praça da cidade e esperavam que os grandes latifundiários os contratassem para trabalhar nos seus campos ou nas suas vinhas. Normalmente, cada “patrão” tinha os seus “clientes” – isto é, homens em quem ele confiava e a quem contratava regularmente. Naturalmente, esses trabalhadores “de confiança” recebiam um tratamento de favor. Esse tratamento de favor implicava, nomeadamente, que esses “clientes” fossem sempre os primeiros a ser contratados, a fim de que pudessem ganhar uma “jorna” completa (um “denário”, que era o pagamento diário habitual de um trabalhador não especializado).

MENSAGEM

A parábola refere-se, portanto, a um dono de uma vinha que, ao romper da manhã, se dirigiu à praça e chamou os seus “clientes” para trabalhar na sua vinha, ajustando com eles o preço habitual: um denário. O volume de tarefas a realizar na vinha fez com que este patrão voltasse a sair a meio da manhã, ao meio-dia, às três da tarde e ao cair da tarde e que trouxesse, de cada vez, novas levas de trabalhadores. O trabalho decorreu sem incidentes, até ao final do dia.
Ao anoitecer, os trabalhadores foram chamados diante do senhor, a fim de receberem a paga do trabalho. Todos – quer os que só tinham trabalhado uma hora, quer os que tinham trabalhado todo o dia – receberam a mesma paga: um denário. Contudo, os trabalhadores da primeira hora (os “clientes” habituais do dono da vinha) manifestaram a sua surpresa e o seu desconcerto por, desta vez, não terem recebido um tratamento “de favor”.
A resposta final do dono da vinha afirma que ninguém tem nada a reclamar se ele decide derramar a sua justiça e a sua misericórdia sobre todos, sem excepção. Ele cumpre as suas obrigações para com aqueles que trabalham com ele desde o início; não poderá ser bondoso e misericordioso para com aqueles que só chegam no fim? Isso em nada deveria afectar os outros…
Muito provavelmente, a parábola serviu primariamente a Jesus para responder às críticas dos adversários, que O acusavam de estar demasiado próximo dos pecadores (os trabalhadores da última hora). Através dela, Jesus mostra que o amor do Pai se derrama sobre todos os seus filhos, sem excepção e por igual. Para Deus, não é decisiva a hora a que se respondeu ao seu apelo; o que é decisivo é que se tenha respondido ao seu convite para trabalhar na vinha do Reino. Para Deus, não há tratamento “especial” por antiguidade; para Deus, todos os seus filhos são iguais e merecem o seu amor.
A parábola serviu a Jesus, também, para denunciar a concepção que os teólogos de Israel tinham de Deus e da salvação. Para os fariseus, sobretudo, Deus era um “patrão” que pagava conforme as acções do homem. Se o homem cumprisse escrupulosamente a Lei, conquistaria determinados méritos e Deus pagar-lhe-ia convenientemente. Segundo esta perspectiva, Deus não dá nada; é o homem que conquista tudo. O “deus” dos fariseus é uma espécie de comerciante, que todos os dias aponta no seu livro de registos as dívidas e os créditos do homem, que um dia faz as contas finais, vê o saldo e dá a recompensa ou aplica o castigo.
Para Jesus, no entanto, Deus não é um contabilista, sempre de lápis na mão a fazer as contas dos homens para lhes pagar conforme os seus merecimentos; mas é um pai, cheio de bondade, que ama todos os seus filhos por igual e que derrama sobre todos, sem excepção, o seu amor.
A parábola foi, depois, proposta por Mateus à sua comunidade (provavelmente a comunidade cristã de Antioquia da Síria) para iluminar a situação concreta que a comunidade estava a viver com a entrada maciça de pagãos na Igreja. Alguns cristãos de origem judaica não conseguiam entender que os pagãos, vindos mais tarde, estivessem em pé de igualdade com aqueles que tinham acolhido a proposta do Reino desde a primeira hora. Mateus deixa, no entanto, claro que o Reino é um dom oferecido por Deus a todos os seus filhos, sem qualquer excepção. Judeus ou gregos, escravos ou livres, cristãos da primeira hora ou da última hora, todos são filhos amados do mesmo Pai. Na comunidade de Jesus não há graus de antiguidade, de raça, de classe social, de merecimento… O dom de Deus destina-se a todos, por igual.
Conclusão: A parábola convida-nos a perceber que o nosso Deus é o Deus que oferece gratuitamente a salvação a todos os seus filhos, independentemente da sua antiguidade, créditos, qualidades, ou comportamentos. Os membros da comunidade do Reino não devem, por isso, fazer o bem em vista de uma determinada recompensa, mas para encontrarem a felicidade, a vida verdadeira e eterna.

ACTUALIZAÇÃO

Na reflexão, considerar as seguintes linhas:

• Antes de mais, o nosso texto deixa claro que o Reino de Deus (esse mundo novo de salvação e de vida plena) é para todos sem excepção. Para Deus não há marginalizados, excluídos, indignos, desclassificados… Para Deus, há homens e mulheres – todos seus filhos, independentemente da cor da pele, da nacionalidade, da classe social – a quem Ele ama, a quem Ele quer oferecer a salvação e a quem Ele convida para trabalhar na sua vinha. A única coisa verdadeiramente decisiva é se os interpelados aceitam ou não trabalhar na vinha de Deus. Fazer parte da Igreja de Jesus é fazer uma experiência radical de comunhão universal.

• Todos têm lugar na Igreja de Jesus… Mas todos terão a mesma dignidade e importância? Jesus garante que sim. Não há trabalhadores mais importantes do que os outros, não há trabalhadores de primeira e de segunda classe. O que há é homens e mulheres que aceitaram o convite do Senhor – tarde ou cedo, não interessa – e foram trabalhar para a sua vinha. Dentro desta lógica, que sentido é que fazem certas atitudes de quem se sente dono da comunidade porque “estou aqui há mais tempo do que os outros”, ou porque “tenho contribuído para a comunidade mais do que os outros”? Na comunidade de Jesus, a idade, o tempo de serviço, a cor da pele, a posição social, a posição hierárquica, não servem para fundamentar qualquer tipo de privilégios ou qualquer superioridade sobre os outros irmãos. Embora com funções diversas, todos são iguais em dignidade e todos devem ser acolhidos, amados e considerados de igual forma.

• O nosso texto denuncia ainda essa concepção de Deus como um “negociante”, que contabiliza os créditos dos homens e lhes paga em consequência. Deus não faz negócio com os homens: Ele não precisa da mercadoria que temos para Lhe oferecer. O Deus que Jesus anuncia é o Pai que quer ver os seus filhos livres e felizes e que, por isso, derrama o seu amor, de forma gratuita e incondicional, sobre todos eles. Sendo assim que sentido fazem certas expressões da vivência religiosa que são autênticas negociatas com Deus (“se tu me fizeres isto, prometo-te aquilo”; “se tu me deres isto, pago-te com aquilo”)?

• Entender que Deus não é um negociante, mas um Pai cheio de amor pelos seus filhos, significa também renunciar a uma lógica interesseira no nosso relacionamento com ele. O cristão não faz as coisas por interesse, ou de olhos postos numa recompensa (o céu, a “sorte” na vida, a eliminação da doença, o adivinhar a chave da lotaria), mas porque está convicto de que esse comportamento que Deus lhe propõe é o caminho para a verdadeira vida. Quem segue o caminho certo, é feliz, encontra a paz e a serenidade e colhe, logo aí, a sua recompensa.

• Com alguma frequência encontramos cristãos que não entendem porque é que Deus ama e aceita na sua família, em pé de igualdade com os filhos da primeira hora, esses que só tardiamente responderam ao apelo do Reino. Sentem-se injustiçados, incompreendidos, ciumentos, invejosos e condenam, mais ou menos veladamente, essa lógica de misericórdia que, à luz dos critérios humanos, lhes parece muito injusta. Na sua perspectiva, a fidelidade a Deus e aos seus mandamentos merece uma recompensa e esta deve ser tanto maior quanto maior a antiguidade e a qualidade dos “serviços” prestados a Deus. Que sentido faz esta lógica à luz dos ensinamentos de Jesus?


ALGUMAS SUGESTÕES PRÁTICAS PARA O 24º DOMINGO DO TEMPO COMUM
(adaptadas de “Signes d’aujourd’hui”)

1. A PALAVRA MEDITADA AO LONGO DA SEMANA.
Ao longo dos dias da semana anterior ao 24º Domingo do Tempo Comum, procurar meditar a Palavra de Deus deste domingo. Meditá-la pessoalmente, uma leitura em cada dia, por exemplo… Escolher um dia da semana para a meditação comunitária da Palavra: num grupo da paróquia, num grupo de padres, num grupo de movimentos eclesiais, numa comunidade religiosa… Aproveitar, sobretudo, a semana para viver em pleno a Palavra de Deus.

2. A VINHA.
Neste domingo (e nos dois próximos) temos a imagem da vinha. Embora a comparação só apareça plenamente no 27º domingo (em que a vinha significa o povo de Israel), pode ser interessante, a partir deste domingo: pôr em evidência uma cepa, quer na entrada da igreja, quer dentro da igreja (é o mês da vindima em muitas regiões); solenizar a procissão das oferendas pedindo a um jovem para levar ao altar um belo cacho de uvas…

3. ORAÇÃO NA LECTIO DIVINA.
Na meditação da Palavra de Deus (lectio divina), pode-se prolongar o acolhimento das leituras com a oração.

No final da primeira leitura:
Nós Te louvamos, Deus nosso Pai, porque Te deixas encontrar por aqueles que Te procuram e tens piedade daqueles que vêm até Ti. Tu estás próximo de nós, és rico em perdão e misericórdia e os teus pensamentos são tão elevados acima dos nossos.
Nós Te pedimos: que o teu Espírito nos guie, que Ele nos livre dos caminhos do mal, que Ele eleve e inspire os nossos pensamentos.

No final da segunda leitura:
Senhor Jesus Cristo, nós Te bendizemos e com o apóstolo Paulo confessamos: a nossa vida, a nossa alegria e a nossa felicidade, és Tu.
Nós Te pedimos por nós mesmos e por todas as nossas comunidades cristãs: penetra-nos com o teu Espírito, para que levemos uma vida digna do teu Evangelho e que a tua grandeza seja manifestada nas nossas vidas.

No final do Evangelho:
Deus da Aliança antiga e nova, não cessas de chamar os homens a mudar de mentalidade. Hoje, Jesus recorda-nos isso uma vez mais na parábola da última hora.
Abre os nossos olhos, as nossas mãos e os nossos corações, Senhor de infinita ternura. No respeito leal pela justiça dos homens, ensina-nos, pelo teu Espírito, a dar provas de generosidade

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

NOSSA SENHORA DAS DORES

sábado, 10 de setembro de 2011

XXIV DOMINGO DO TEMPO COMUM.ANO A

quarta-feira, 17 de agosto de 2011

Hino do dia mundial da juventude em Madrid

sexta-feira, 5 de agosto de 2011

AS 12 PROMESSAS DO CORAÇÃO DE JESUS

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

DEUS PODE TUDO




DEUS PODE TUDO
ainda mais com uma prece poderosa como esta.

Faça esta oração e veja!


NÃO SE PREOCUPE DE QUE MANEIRA VIRÁ SUA VITÓRIA;
QUANDO DEUS DETERMINA, ELA VEM, E VEM MESMO!


DEUS PODE TUDO

Faça esta oração mesmo que não sinta vontade!!! ORAR NUNCA É DEMAIS.....

Levará apenas um minuto.

Você nunca sabe quando Deus irá abençoá-lo!!!

As coisas boas acontecem quando menos se espera!!!

Mude o número do assunto antes de passar esta oração adiante.

Querido Deus, eu agradeço por este dia, eu agradeço por ser capaz de ver e ouvir esta manhã, eu sou abençoado porque o Senhor é o Deus do perdão e da compaixão, o Senhor tem feito muito por mim e continua a abençoar-me.

Perdoe-me neste dia por tudo o que eu tenha feito, dito ou pensado que não era agradecimento ao Senhor .

Eu peço agora o Seu perdão!

Por favor,mantenha-me a salvo dos perigos e tormentas.

Ajude-me a começar este dia com uma nova atitude de gratidão plena.

Deixe-me fazer o melhor em cada dia para limpar a minha mente, para poder ouvi-Lo.

Por favor, que a minha mente possa aceitar todas as coisas que vierem de Ti.

Não me deixes lamentar e queixar das coisas sobre as quais não tenho controle.

E esta é a melhor resposta quando eu estiver além do meu limite.

Eu sei que eu posso Orar. O Senhor escuta o meu coração.

Continue a usar-me para fazer a Sua obra.

Continue a abençoar-me para que eu possa ser uma benção para os outros.

Mantenha-me forte para que eu possa ajudar os necessitados...

Mantenha-me de pé para que eu possa ter palavras de encorajamento para os outros.

Eu oro para todos aqueles que perderam e não conseguem encontrar o Seu caminho.

Eu oro para todos aqueles que são oprimidos e mal compreendidos.

Eu oro por todos aqueles que não Te conhecem intimamente.

Eu Oro por todos aqueles que apagam esta mensagem sem partilhá-la com outros.

Eu oro por aqueles que não acreditam.

Mas eu agradeço ao Senhor porque eu acredito que Deus muda as pessoas e as coisas.

Eu oro pelas minhas irmãs e irmãos, pelas famílias e seus lares.

Eu oro pela paz, amor e alegria nas suas casas.
Que eles tenham todo o alimento de que necessitam.

Eu oro para que todos os olhos que leiam esta oração não saibam o que é problema, circunstância ou situação maior que Deus.

Senhor toda a batalha está nas Tuas mãos para lutar connosco.

Eu oro para que estas palavras possam ser recebidas no coração de cada um que a leia.

Se você orou, mude o número (coloque o nº posterior ao que você recebeu) na caixa 'assunto' antes de enviar a mensagem para outras pessoas.
Veja quantos já fizeram esta oração!!!

Que Deus o abençoe!!!

Apenas repita esta frase e veja como Deus se movimenta em nossas vidas.

"Meu Deus, eu Te amo e preciso de Ti. Senhor, vem para o meu coração, por favor.
EM NOME DE SEU FILHO JESUS
AMÉN.

Passe esta mensagem para todos os da sua lista (menos eu e você).

Você, com certeza receberá bênçãos sem conta da parte de Deus, ainda hoje.

Não ignore, Deus irá abençoá-lo(a).

Agora que você já está abençoado(a) pela pessoa que lhe enviou isto, faça o mesmo.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM A PASTORAL NACIONAL DE LITURGIA




LEITURA I (anos ímpares) Num 12, 1-13
«Não procedo com Moisés como com qualquer outro profeta.
Como ousastes censurá-lo?»

Moisés era o chefe do povo, a quem Deus falava directamente, para que ele transmitisse depois ao povo as suas palavras. Mas foi difícil, até aos seus irmãos, sujeitarem-se sempre a ele e acatar as suas ordens. O Senhor fez-lhes sentir então que estavam procedendo com orgulho e sem fé, e assim os chamou à penitência.

Leitura do Livro dos Números
Naqueles dias, Maria e Aarão censuraram Moisés, por causa da mulher etíope que ele tomara como esposa. Eles disseram-lhe: «Foi somente a Moisés que o Senhor falou? Não nos falou também a nós?». E o Senhor ouviu. Moisés era homem muito humilde, mais humilde que todos os homens sobre a face da terra. Subitamente, o Senhor disse a Moisés, a Aarão e a Maria: «Vinde, todos três, à Tenda da Reunião». E os três puseram-se a caminho. O Senhor desceu numa coluna de nuvem e ficou à entrada da Tenda. Chamou Aarão e Maria e eles aproximaram-se. Disse-lhes o Senhor: «Escutai bem as minhas palavras: Se há entre vós algum profeta, revelo-me a ele numa visão, ou falo com ele em sonhos. Mas não procedo assim com o meu servo Moisés: ele é o homem de confiança em toda a minha casa. Eu falo com ele face a face, em visão directa e não por enigmas; ele vê a imagem do Senhor. Porque ousastes censurar o meu servo Moisés?». A ira do Senhor inflamou-se contra eles e o Senhor retirou-Se, enquanto a nuvem se afastava da Tenda. Maria cobriu-se de lepra, branca como a neve. Aarão voltou-se para ela e viu que estava leprosa. Aarão disse a Moisés: «Por piedade, meu senhor! Não deixes cair sobre nós a culpa do pecado que tivemos a loucura de cometer. Que ela não fique semelhante à criança que nasce morta, com o corpo meio corroído, ao sair do ventre materno!» Então Moisés clamou ao Senhor: «Por piedade, Senhor Deus, curai-a».
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 50 (51), 3-4.5-6a.6bc-7.12-13 (R. cf. 3a)
Refrão: Pecámos, Senhor: tende compaixão de nós. Repete-se
Ou: Tende compaixão de nós, Senhor, porque somos pecadores. Repete-se

Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade,
pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados.
Lavai-me de toda a iniquidade
e purificai-me de todas as faltas. Refrão

Porque eu reconheço os meus pecados
e tenho sempre diante de mim as minhas culpas.
Pequei contra Vós, só contra Vós,
e fiz o mal diante dos vossos olhos.
Assim é justa a vossa sentença
e recto o vosso julgamento.
Porque eu nasci na culpa
e minha mãe concebeu-me em pecado. Refrão

Criai em mim, ó Deus, um coração puro
e fazei nascer dentro de mim um espírito firme.
Não queirais repelir-me da vossa presença
e não retireis de mim o vosso espírito de santidade. Refrão


ALELUIA Jo 1, 49b
Refrão: Aleluia Repete-se
Mestre, Vós sois o Filho de Deus,
Vós sois o Rei de Israel. Refrão
Em vez deste Evangelho, pode ler-se Mt 15, 1-2.10-14, como vem logo a seguir, especialmente no ano A, quando foi lido no dia anterior.


EVANGELHO Mt 14, 22-36
«Manda-me ir ter contigo sobre as águas»

Como novo Moisés, Jesus, depois da multiplicação do pão, sobe à montanha e aí fica em oração ao Pai, nesse diálogo íntimo e profundo, mais do que o de Moisés sobre o Horeb. Depois atravessa o lago sobre as águas e salva Pedro que nelas se afogava por falta de fé. Jesus mostra-Se assim, de novo, Senhor da natureza e das suas leis, para firmar a fé dos discípulos. O milagre não serve apenas para causar admiração, como o seu nome significa, mas para que esta admiração leve à fé e ao amor.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus». Depois fizeram a travessia e vieram para terra em Genesaré. Os homens do lugar reconheceram Jesus e mandaram avisar toda aquela região. Trouxeram-Lhe todos os doentes e pe¬diam que os deixasse tocar ao menos na orla do seu manto. E quantos lhe tocaram foram completamente curados.
Palavra da salvação.


ALELUIA Jo 1, 49b
Refrão: Aleluia Repete-se

Mestre, Vós sois o Filho de Deus,
Vós sois o Rei de Israel. Refrão
Em vez deste Evangelho, pode ler-se Mt 15, 1-2.10-14, como vem logo a seguir, especialmente no ano A, quando foi lido no dia anterior.
EVANGELHO Mt 14, 22-36
«Manda-me ir ter contigo sobre as águas»
Como novo Moisés, Jesus, depois da multiplicação do pão, sobe à montanha e aí fica em oração ao Pai, nesse diálogo íntimo e profundo, mais do que o de Moisés sobre o Horeb. Depois atravessa o lago sobre as águas e salva Pedro que nelas se afogava por falta de fé. Jesus mostra-Se assim, de novo, Senhor da natureza e das suas leis, para firmar a fé dos discípulos. O milagre não serve apenas para causar admiração, como o seu nome significa, mas para que esta admiração leve à fé e ao amor.
Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Depois de ter saciado a fome à multidão, Jesus obrigou os discípulos a subir para o barco e a esperá-l’O na outra margem, enquanto Ele despedia a multidão. Logo que a despediu, subiu a um monte, para orar a sós. Ao cair da tarde, estava ali sozinho. O barco ia já no meio do mar, açoitado pelas ondas, pois o vento era contrário. Na quarta vigília da noite, Jesus foi ter com eles, caminhando sobre o mar. Os discípulos, vendo-O a caminhar sobre o mar, assustaram-se, pensando que fosse um fantasma. E gritaram cheios de medo. Mas logo Jesus lhes dirigiu a palavra, dizendo: «Tende confiança. Sou Eu. Não temais». Respondeu-Lhe Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo sobre as águas». «Vem!» – disse Jesus. Então, Pedro desceu do barco e caminhou sobre as águas, para ir ter com Jesus. Mas, sentindo a violência do vento e começando a afundar-se, gritou: «Salva-me, Senhor!». Jesus estendeu-lhe logo a mão e segurou-o. Depois disse-lhe: «Homem de pouca fé, porque duvidaste?». Logo que subiram para o barco, o vento amainou. Então, os que estavam no barco prostraram-se diante de Jesus e disseram-Lhe: «Tu és verdadeiramente o Filho de Deus». Depois fizeram a travessia e vieram para terra em Genesaré. Os homens do lugar reconheceram Jesus e mandaram avisar toda aquela região. Trouxeram-Lhe todos os doentes e pe¬diam que os deixasse tocar ao menos na orla do seu manto. E quantos lhe tocaram foram completamente curados.
Palavra da salvação.


Outro Evangelho à escolha:


EVANGELHO Mt 15, 1-2.10-14
«Toda a planta que não foi plantada por meu Pai celeste
será arrancada»
Foi difícil para muitos dos ouvintes de Jesus, em particular os do grupo dos fariseus e dos escribas, pessoas muito embrenhadas na Lei de Moisés e nos costumes que dela derivavam, entenderem a novidade que a palavra de Jesus lhes anunciava, e, por isso, facilmente se escandalizavam. Para quem já está cheio de si e das suas ideias é sempre difícil ouvir e entender coisas novas. O orgulho cega e obscurece a capacidade de compreensão. Mas para quem reconhece nas palavras de Jesus a própria palavra de Deus, antes se devia reconhecer iluminado com uma luz que é capaz de vencer até a cegueira. E o Senhor Jesus é a Luz e a sua palavra ilumina.

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns fariseus e escribas, vindos de Jerusalém, e perguntaram-Lhe: «Porque desobedecem os teus discípulos à tradição dos antigos e não lavam as mãos antes de comer?». Jesus chamou a multidão para junto de Si e disse-lhes: «Ouvi-Me e procurai compreender: Não é o que entra na boca que torna o homem impuro. O que sai da boca é que o torna impuro». Então os discípulos aproximaram-se e disseram-Lhe: «Sabes que os fariseus ficaram ofendidos ao ouvirem as tuas palavras?». Mas Jesus respondeu-lhes: «Toda a planta que não foi plantada por meu Pai será arrancada. Deixai-os. São cegos a guiarem cegos. E se um cego guia outro cego, acabam por cair ambos numa cova».
Palavra da salvação

quarta-feira, 27 de julho de 2011

ANÓNIMOS



No meio das imensas criaturas, com o sol que dá a luz que a todos ilumina, as flores que a todos encantam e perfumam, ao pássaros que nos atenuam o stress com os seus trinados, os mares nos fazem pequeninos com a sua imensidão,o furor das ondas que nos falam dos nossos erros perante a bondade divina, a noite que, para não ficar só , nos apela com o tremer das estrelas, nos rios que aveludam as pedras com as suas águas correndo pelo leito, quase adormecidas, e tantas outras mais maravilhas... há as anónimas que só o Criador conhece e só por Ele são veladas e amadas. Para muitas das criaturas feitas à sua imagem e semelhanças, são anónimas, desconhecidas e esquecidas. Porém, todas elas são belas aos Seus olhos.



PORQUÊ O EGOISMO DOS HOMENS

terça-feira, 26 de julho de 2011

CANTEMOS AO AMOR DOS AMORES

segunda-feira, 25 de julho de 2011

PALAVRA DO SENHOR PARA O DIA DE HOJE COM A PASTORAL NACIONAL DE LITURGIA



S. TIAGO, Apóstolo
25 Julho


Nota Histórica
Nasceu em Betsaida; era filho de Zebedeu e irmão do apóstolo João. Esteve presente nos principais milagres do Senhor. Foi morto por Herodes cerca do ano 42. É venerado com culto especial em Compostela (Espanha), onde se ergue a célebre basílica a ele dedicada, que atrai desde o século IX inumeráveis peregrinos de toda a cristandade.

Missa
ANTÍFONA DE ENTRADA cf. Mt 4, 18.21
Caminhando Jesus junto ao mar da Galileia,
viu dois irmãos, Tiago e João, a consertar as redes e chamou-os.
Eles, deixando tudo, seguiram Jesus.
Diz-se o Glória.


ORAÇÃO COLECTA
Vós quisestes, Deus omnipotente,
que São Tiago fosse o primeiro dos Apóstolos
a dar a vida pelo Evangelho:
concedei à vossa Igreja
a graça de encontrar força no seu testemunho
e auxílio na sua protecção.
Por Nosso Senhor Jesus Cristo, vosso Filho,
que é Deus convosco na unidade do Espírito Santo.


LEITURA I 2 Cor 4, 7-15
«Levamos sempre no nosso corpo
os sofrimentos da morte de Jesus»

Leitura da Segunda Epístola do apóstolo São Paulo aos Coríntios
Irmãos:
Nós trazemos em vasos de barro o tesouro do nosso ministério,
para que se reconheça que um poder tão sublime
vem de Deus e não de nós.
Em tudo somos oprimidos, mas não esmagados;
andamos perplexos, mas não desesperados;
perseguidos, mas não abandonados;
abatidos, mas não aniquilados.
Levamos sempre e em toda a parte no nosso corpo
os sofrimentos da morte de Jesus,
a fim de que se manifeste também no nosso corpo
a vida de Jesus.
Porque, estando ainda vivos,
somos constantemente entregues à morte por causa de Jesus,
para que se manifeste também na nossa carne mortal
a vida de Jesus.
E assim, a morte actua em nós e a vida em vós.
Diz a Escritura: «Acreditei; por isso falei».
Com este mesmo espírito de fé,
também nós acreditamos, e por isso falamos,
sabendo que Aquele que ressuscitou o Senhor Jesus
também nos há-de ressuscitar com Jesus
e nos levará convosco para junto d’Ele.
Tudo isto é por vossa causa,
para que uma graça mais abundante
multiplique as acções de graças de um maior número de cristãos
para glória de Deus.
Palavra do Senhor.


SALMO RESPONSORIAL Salmo 125 (126), 1-2ab.2cd-3.4-5.6 (R.5)
Refrão: Os que semeiam com lágrimas recolhem com alegria.

Quando o Senhor fez regressar os cativos de Sião,
parecia-nos viver um sonho.
Da nossa boca brotavam expressões de alegria
e de nossos lábios cânticos de júbilo.

Diziam então os pagãos:
«O Senhor fez por eles grandes coisas».
Sim, grandes coisas fez por nós o Senhor,
estamos exultantes de alegria.

Fazei regressar, Senhor, os nossos cativos,
como as torrentes do deserto.
Os que semeiam em lágrimas
recolhem com alegria.

À ida, vão a chorar,
levando as sementes;
à volta, vêm a cantar,
trazendo os molhos de espigas.


ALELUIA cf. Jo 15, 16
Refrão: Aleluia Repete-se
Eu vos escolhi do mundo, para que vades e deis fruto
e o vosso fruto permaneça. Refrão


EVANGELHO Mt 20, 20-28
«Bebereis do meu cálice»

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
Naquele tempo,
a mãe dos filhos de Zebedeu
aproximou-se de Jesus com os filhos
e prostrou-se para Lhe fazer um pedido.
Jesus perguntou-lhe: «Que queres?».
Ela disse-Lhe:
«Ordena que estes meus dois filhos
se sentem no teu reino
um à tua direita e outro à tua esquerda».
Jesus respondeu:
«Não sabeis o que estais a pedir.
Podeis beber o cálice que Eu hei-de beber?».
Eles disseram: «Podemos».
Então Jesus declarou-lhes:
«Bebereis do meu cálice.
Mas sentar-se à minha direita e à minha esquerda
não pertence a Mim concedê-lo;
é para aqueles a quem meu Pai o designou».
Os outros dez, que tinham escutado,
indignaram-se com os dois irmãos.
Mas Jesus chamou-os e disse-lhes:
«Sabeis que os chefes das nações exercem domínio sobre elas
e os grandes fazem sentir sobre elas o seu poder.
Não deve ser assim entre vós.
Quem entre vós quiser tornar-se grande
seja vosso servo
e quem entre vós quiser ser o primeiro
seja vosso escravo.
Será como o filho do homem,
que não veio para ser servido, mas para servir
e dar a vida pela redenção dos homens».
Palavra da salvação.


ORAÇÃO SOBRE AS OBLATAS
Purificai-nos, Senhor,
com o baptismo da paixão redentora do vosso Filho,
para que, celebrando a festa de São Tiago,
o primeiro apóstolo a participar do cálice de Cristo,
possamos oferecer-Vos um sacrifício agradável a vossos olhos. Por Nosso Senhor
 
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