Aí vem a noite...Sente-se crescer...
E um silêncio de estrelas aparece.
Quem é, quem é, meu Deus, que empalidece
e se cobre de cinzas no meu ser?
Alma que se desprende numa prece...
que suave e divino entardecer!
Como seria bom assim morrer...
morrer, como a paisagem desfalece.
Morrer, quase a sorrir, devagarinho.
Estar ainda no mundo pobrezinho
e já pairar, sonhando, além dos céus.
Morrer, cair nos braços da ternura;
Morrer, fugir, enfim, à morte escura,
sermos, enfim, na eterna paz de Deus!
de Teixeira de Pascoaes
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