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segunda-feira, 4 de julho de 2011

LENDA DO MILAGRE DAS ROSAS



Quarta-feira, 17 de Setembro de 2008
Lenda do Milagre das Rosas

Isabel de Aragão foi, e é ainda, a mais popular rainha de Portugal. Mulher d'el-rei D. Dinis, o rei-trovador (sexto rei de Portugal e fundador da Universidade de Coimbra), é com certeza mais conhecida como Rainha Santa Isabel, tendo-se tornado lendária pelos prodígios que o povo lhe atribui, entre os quais o célebre milagre das rosas.
Veio para Portugal com doze anos apenas, tendo casado com D. Dinis, que muito a amou então. Trazia consigo a fama de excepcionais virtudes que a natureza acrescentara aos dotes físicos de uma beleza pouco vulgar, calma e equilibrada. Tão maravilhado ficou o rei-poeta que logo lhe fez muitas doações de senhorios de terras como nenhuma outra rainha portuguesa até então possuíra.
Dotada de um grande carácter, Isabel revelou-se uma mulher de costumes "modestos, humildes e castos."
Sempre se serviu dos seus bens para ajudar os necessitados, visitava os doentes e fazia-os tratar pelos seus médicos e enfermeiras.
Em todas as circunstâncias procurou manter uma serenidade exemplar e conseguiu, frequentemente, apaziguar os ódios e lutas que as intrigas palacianas acendiam no filho, o futuro rei Afonso IV, e no próprio Rei.

Ora, numa época em que o Rei decidira pôr cobro àquilo que dizia ser um esbanjamento do tesouro público, por sua mulher, conta esta lenda, tão querida do povo portugês, que D. Dinis foi avisado por um homem do Paço que no dia seguinte, contrariando as ordens reais, sairia Isabel com ouro e prata para distribuir pelos pobres.
Exaltado, D. Dinis resolveu imediatamente que ao outro dia iria surpreender a Rainha quando ela fosse a sair com o carregamento de esmolas.
Na manhã seguinte, uma gélida manhã de sol de Janeiro, estava D. Isabel com as aias no jardim, trazendo a ponta do manto recolhida e plena de moedas, quando lhe surgiu el-Rei fingindo-se encontrado.
Empalideceu a Rainha, conhecendo como conhecia os acessos do marido, receosa do que diria se descobrisse o dinheiro que trazia.
Saudaram-se, contudo, cortesmente e D. Dinis perguntou:
- Onde ides, senhora, tão pela manhã?
- Armar os altares do Convento de Santa Cruz, meu senhor!
- E que levais no regaço, minha rainha?
Houve um instante de hesitação antes que a Rainha respondesse:
- São rosas, real senhor!
- Rosas, senhora rainha? - gritou encolerizado D. Dinis. - Rosas, em Janeiro?! Quereis, sem dúvida, enganar-me!
Digna e muito, muito lentamente largando a ponta do manto, respondeu Isabel:
- Senhor, não mente uma Rainha de Portugal!
E todos viram cair-lhe do manto, do local onde sabiam só haver moedas, uma chuva belíssima de rosas

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